31.12.08

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Não há que desesperar do homem,
temos ainda
— arca de surpresas — os meninos,
e é proibido antecipar a sorte.

Degustam bem aventuradamente

um naco de melancia,
acomodam-se numa caixa de biscoito,

aderem ao carnaval.

Seus olhos profundos indagam:

— Que fazes por mim?

Não sabemos responder,
mas os meninos continuam,
esperança de todos os dias

e promessa de humanidade.


(Carlos Drummond de Andrade)
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